Paulo Frange

O custo e os desafios dos 3 milhões de infectados e 100 mil vidas perdidas!

Estamos na segunda semana de agosto. Já passamos do quinto mês de pandemia, e é impossível não fazer uma reflexão. Afinal, os números são robustos e impressionam toda a comunidade internacional e nos assusta muito. É essa a maior tragédia no país dos últimos 100 anos. 
 
Contabilizamos até aqui 100 mil vidas levadas pelo vírus, 3 milhões de brasileiros infectados até agora, incluindo o próprio presidente, e inúmeros governadores. O volume de recursos usados para combater a pandemia e aliviar seus efeitos econômicos e sociais teve um efeito devastador nas finanças públicas.  
 
Desde a medida que abriu os cofres públicos para o governo enfrentar a COVID, batizada de "orçamento de guerra", aconteceram todas as ações em caráter excepcional para o custeio desse enfrentamento. É sim, uma guerra, mas sem comandante, sem hierarquia definida, sem protocolos organizados para o combate de um inimigo invisível e imprevisível, quanto aos seus estragos no corpo humano. O vírus foi subestimado e desafiado. Começou com uma história de “gripe” e logo em seguida, colocou na defensiva todos os grandes especialistas em Medicina Intensiva. A doença COVID 19 é bem mais complexa e com morbidade e mortalidade muito acima do que esperava os especialistas. 
 
Hoje, 67 dos 5.570 municípios, ainda continuam livres do Coronavirus. Ele se mostrou perigoso em grandes adensamentos humanos. As capitais e as cidades com mais de 500 mil habitantes tiveram seus sistemas de saúde pressionados pelo extraordinário aumento de infectados, além de acolher pacientes dos municípios vizinhos, sem leitos de UTI e estrutura para esse momento. Temos mais de 2 mil municípios no Brasil, sem um único leito de UTI. São municípios de forte participação de atividades rurais, que foram relativamente “protegidos” das ações do CORONAVÍRUS, por já conviverem naturalmente em condições de distanciamento social. Isso, de certa forma, blindou as atividades do agronegócio, hoje responsável por 37 % do PIB nacional. Batemos mais um ano, o nosso recorde na produção da safra de grãos. 
 
A pandemia deverá custar só em 2020 cerca de R$ 700 bilhões, o equivalente a quase 10% do PIB (Produto Interno Bruto) e a R$ 3,3 mil para cada brasileiro. Daria para pagar o Bolsa Família, já considerando o aumento de beneficiários ocorrido durante a crise, por 21 anos. É uma conta que será paga por todos nós e pelas gerações futuras.
 
Um estudo realizado pela Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado, aponta que a dívida bruta, que deveria parar de crescer neste ano ou no próximo, segundo as previsões feitas antes da pandemia, poderá alcançar 100% do PIB já em 2022. Depois, seguirá em alta até 2030, quando chegará a 117,6% do PIB, e só então começara a diminuir. Temos sim, desafios e, vamos enfrentá-lo! 
 
Uma nova extensão do auxílio emergencial para os trabalhadores informais, que representa o maior custo da pandemia, também poderá consumir mais R$ 200 bilhões, se o benefício for esticado até dezembro, como se discute hoje, elevando o custo da pandemia a quase R$ 1 trilhão.
 
Independentemente das posições técnicas de economistas e avaliações políticas apaixonadas, o Governo Federal, não pode deixar de estender as mãos nesse momento, até para não aprofundar ainda mais a crise social. Não deixa de ser saúde, o “estado de bem estar físico e psicossocial”, a alimentação básica e condições mínimas de sobrevivência para mais de 60 milhões de brasileiros. Proteger o cidadão brasileiro, da fome e miséria não é mais bandeira política. Hoje, é uma Política Pública da maior necessidade e atenção.  
 
Estamos sim, de luto.  Mas não sem luta. Temos um sistema de saúde, o SUS, que se mostrou capaz de enfrentar o seu maior desafio desde sua criação, há 31 anos. Saúde não custa, vale!! Vamos promover saúde e de cabeça erguida sair dessa crise com o país unido, reconhecendo seus heróis, seus méritos, o esforço e mostrar para o mundo que vamos ressurgir fortes, com uma economia sustentável pelas atividades da indústria, do agronegócio, da construção civil, do comércio e das atividades de serviços, todos grandes geradores de emprego e renda. 
 
É sim, um momento de luto, de reflexão. É momento de esquecer as divergências e trabalhar o máximo para que possamos unir o país em uma só dor. Tratar cada brasileiro doente com o carinho que se trata um filho único, doente! 
 

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