A Câmara Municipal de São Paulo realizou, na noite desta segunda-feira (30/6), uma solenidade em comemoração aos 192 anos do bairro do Imirim, na Zona Norte da capital. O evento, presidido pelo vereador Paulo Frange, aconteceu na Fábrica de Cultura da Vila Nova Cachoeirinha e reuniu autoridades, lideranças comunitárias e moradores em uma noite marcada por reconhecimento, história e emoção.

Com nome de origem tupi — junção de “y” (rio) e “mirim” (pequeno) —, o bairro nasceu às margens de um pequeno córrego hoje canalizado. Apesar do significado modesto, o Imirim carrega grandeza cultural, histórica e afetiva para seus habitantes. A solenidade celebrou essa trajetória e destacou a importância da memória coletiva, homenageando moradores com trajetórias marcantes nas áreas da educação, saúde, comércio, cultura, assistência social e fé — incluindo líderes comunitários, empresários, religiosos, artesãos e representantes de coletividades tradicionais que ajudam a construir a história e a identidade do Imirim.

UM BAIRRO COM HISTÓRIA E IDENTIDADE

O Imirim é um dos bairros mais antigos da Zona Norte, com registros que remontam ao início do século XIX. Até meados do século XX, era uma região predominantemente rural, conhecida como “Terra dos Índios”. Teve forte influência dos padres beneditinos, responsáveis pela construção da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, e recebeu grande fluxo de imigrantes italianos, portugueses, japoneses, lituanos e armênios, especialmente após a Segunda Guerra Mundial e o genocídio armênio.

O território, ainda que geograficamente pequeno, se espalha entre distritos como Casa Verde, Santana, Mandaqui e Vila Nova Cachoeirinha. Moradores costumam dizer que vivem no “Triângulo das Bermudas” da Zona Norte, por conta das fronteiras imprecisas do bairro. A Avenida Imirim é sua principal via comercial, concentrando restaurantes, lojas e pequenos negócios que movimentam a economia local.

Ao homenagear os 192 anos do Imirim, o Vereador Paulo Frange reafirmou o compromisso com a valorização dos bairros paulistanos e com o reconhecimento de quem faz a cidade todos os dias — com trabalho, fé, solidariedade e amor pelo lugar onde vive.

Entre os homenageados da noite estiveram:

CAMP Norte – Escola Profissionalizante Dr. Luiz Diógenes Zeppelini, que desde 1985 atua com cursos gratuitos voltados à inclusão de jovens e idosos, como Jovem Aprendiz e Panificação;

Clínica COTI, referência no cuidado ortopédico e atendimento humanizado desde 1991 na Avenida Imirim;

Colégio VIP, instituição de ensino comprometida com a formação cidadã, sob a direção do professor Jorge de Oliveira;

Creusa Moreira da Silva, agente de saúde reconhecida pelo cuidado cotidiano com a população da UBS Massagista Mário Américo;

Donizete José Malaquias Sampaio, morador antigo e guardião da memória do bairro;

Elétrica Verly, empresa fundada por Amantino Verly em 2000, símbolo de empreendedorismo e excelência técnica;

Felipe Gouveia Vieira, advogado e representante da comunidade luso-brasileira, com atuação em instituições culturais como a Casa Ilha da Madeira;

Hélio Máximo, liderança comunitária com longa atuação em entidades como a Associação Sobeca e o Lions Clube;

Igreja Ministério Nova Aliança em Cristo, liderada pelo Bispo Jailson e a Pastora Cristina, que há duas décadas realiza ações de acolhimento e transformação social;

Marcelo Condesso Lima, hoteleiro que começou sua trajetória empresarial ainda jovem e hoje administra hotéis, entre eles o Style Hotel no Imirim;

Maria Luiza Pereira da Silva Costa, assistente social com atuação em áreas vulneráveis do Imirim, Cachoeirinha e Jardim Peri;

Marisa do Carmo Moura, pedagoga e artesã de 80 anos, símbolo de resistência cultural e representatividade negra no artesanato paulistano;

Seisho Kanashiro, imigrante japonês que empreendeu no comércio local, fundando bazar, confecção e e-commerce;

Silas Pereira, ex-atleta do Corinthians do Imirim, voluntário em palestras e apoio a dependentes químicos e jovens em risco;

Tijoblocos Lar e Construção, fundada por Wilson Antunes em 1968, empresa familiar que até hoje atua no bairro com ética e compromisso;

Walter Yogui, comerciante descendente de imigrantes japoneses, estabelecido no bairro há 57 anos e atuante na Associação Okinawa de Santa Maria.